Com origens anteriores ao século XVI, a Igreja Matriz apresenta um somatório de intervenções, realizadas ao longo dos séculos, que atestam o gosto artístico vigente, desde o manuelino, passando pela renascença e pelo maneirismo, até ao barroco setecentista.
Originalmente de nave única, com linhas sóbrias, destacava-se um campanário e alpendre construído sob pilares com peitoril de pedra que ia da porta principal ao alçado lateral sul. Entre 1528 e 1534 sofreu obras de remodelação, sendo dessa altura a construção da abóbada da capela-mor em alvenaria, de características manuelinas, cujas chaves de pedraria ostentam ao centro, um vaso florido e nos bocetes secundários motivos vegetalistas. Desta época será também a belíssima escada manuelina que se esconde no interior da torre do relógio permitindo o acesso ao coro alto.
No século XVII foi profundamente remodelada. Edificou-se a segunda torre, rasgaram-se as portas laterais, construiu-se o guarda-vento e a arcaria interna, dividindo a nave inicial em três, cobertas com abóbadas de berço. Nesta altura foi azulejada com um revestimento de tipo tapete, de que chegou aos nossos dias o conjunto existente na abóbada do guarda-vento, apresentando ao centro um registo com a imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Nova campanha de obras, desta vez no século XVIII, revestiu-a de um belo conjunto azulejar que se desdobra em duas grandes temáticas iconográficas – a vida da Virgem, a intervenção do Espírito Santo e as prefigurações eucarísticas. Exteriormente a igreja tem a fachada principal demarcada por duas torres sineiras, com cunhais de cantaria, rematadas por abóbadas facetadas com fogaréus nos acrotérios. O portal principal, de estrutura quadrangular, ladeado por duas colunas coríntias, é sobrepujado por um frontão triangular com três pináculos piramidais, anunciando um janelão gradeado que ilumina o coro. No topo da fachada encontra-se uma lápide com a inscrição: Concelho 1604.
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