quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Igreja do Divino Espírito Santo – Matriz do Montijo

Com origens anteriores ao século XVI, a Igreja Matriz apresenta um somatório de intervenções, realizadas ao longo dos séculos, que atestam o gosto artístico vigente, desde o manuelino, passando pela renascença e pelo maneirismo, até ao barroco setecentista.

Originalmente de nave única, com linhas sóbrias, destacava-se um campanário e alpendre construído sob pilares com peitoril de pedra que ia da porta principal ao alçado lateral sul. Entre 1528 e 1534 sofreu obras de remodelação, sendo dessa altura a construção da abóbada da capela-mor em alvenaria, de características manuelinas, cujas chaves de pedraria ostentam ao centro, um vaso florido e nos bocetes secundários motivos vegetalistas. Desta época será também a belíssima escada manuelina que se esconde no interior da torre do relógio permitindo o acesso ao coro alto.

No século XVII foi profundamente remodelada. Edificou-se a segunda torre, rasgaram-se as portas laterais, construiu-se o guarda-vento e a arcaria interna, dividindo a nave inicial em três, cobertas com abóbadas de berço. Nesta altura foi azulejada com um revestimento de tipo tapete, de que chegou aos nossos dias o conjunto existente na abóbada do guarda-vento, apresentando ao centro um registo com a imagem de Nossa Senhora do Rosário.

Nova campanha de obras, desta vez no século XVIII, revestiu-a de um belo conjunto azulejar que se desdobra em duas grandes temáticas iconográficas – a vida da Virgem, a intervenção do Espírito Santo e as prefigurações eucarísticas. Exteriormente a igreja tem a fachada principal demarcada por duas torres sineiras, com cunhais de cantaria, rematadas por abóbadas facetadas com fogaréus nos acrotérios. O portal principal, de estrutura quadrangular, ladeado por duas colunas coríntias, é sobrepujado por um frontão triangular com três pináculos piramidais, anunciando um janelão gradeado que ilumina o coro. No topo da fachada encontra-se uma lápide com a inscrição: Concelho 1604.

Moinho de Maré do Cais

Ainda que a primeira referência documentada do moinho do Cais de Aldeia Galega/Montijo seja de 1646, a existência de uma cruz da Ordem de Santiago, hoje visível no lintel da porta de entrada, atesta a sua existência anterior. Até finais do séc. XIX o moinho do Cais manteve-se na posse da mesma família, sucedendo-se outros proprietários durante o séc. XX. Tornou-se propriedade municipal em 1995.
Novas tecnologias vieram substituir progressivamente o processo tradicional de transformação dos cereais, tendo originado o gradual abandono do moinho. No início dos anos 80 o imóvel encontrava-se em elevado estado de degradação.

É ao fluxo e refluxo das águas do Tejo que o moinho vai buscar a sua fonte de energia. Associados a este recurso natural, existem, como é visível no moinho do Cais, o edifício e a caldeira; no primeiro estão localizados os engenhos, na segunda é armazenada a água necessária para activar o mecanismo de moagem.






quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tribunal do Montijo

Inaugurado em 1959, é um extenso edifício característico do Estado Novo, erigido por mão-de-obra prisional. No exterior, um relevo de Euclides Vaz, cuja temática se relaciona com “O Direito Natural e a Lei” e “A Doutrina e a Jurisprudência”. No interior, na sala de audiências, pode ser apreciado um fresco de Martins Barata, representando D. João, antes do embarque para Lisboa, onde viria a ser aclamado Rei – D. João IV.